segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Realismo

 Realismo - Realismo é a denominação genérica da reação aos ideais românticos que caracterizou a segunda metade do séculoXIX. De fato, as profundas transformações vividas pela sociedade europeia exigiam uma nova postura diante da realidade; não havia mais espaço para as exageradas idealizações românticas.
 Constituindo uma oposição ao idealismo romântico, o Realismo propõe uma representação mais objetiva e fiel da vida humana. O romance não é mais visto como distração e sim como meio de combate e de crítica às instituições decadentes. O Romantismo exaltava os valores burgueses, o Realismo analisava com impiedosa visão crítica, denunciando a hipocrisia e corrupção da classe burguesa, focalizando suas duas instituições básicas: o casamento e a igreja.
 No Brasil, a literatura realista encontrou boa expressão nas obras dos seguintes autores: Machado de Assis, Raul Pompéia, Aluísio Azevedo, Adolfo Caminha, Domingos Olímpio, Manuel de Oliveira Paiva e Inglês de Sousa.


 Naturalismo - Nas obras dos autores realistas podemos distinguir, frequentemente, algumas características que definem uma tendência chamada Naturalismo.
 O Naturalismo enfatiza o aspecto materialista da existência, vendo o homem como um produto biológico, cujo comportamento é o resultado da pressão do ambiente social. O homem passa a ser encarado pelos instintos (sempre comparados com animais).


 Aluísio Azevedo


 Foi o principal autor realista - naturalista brasileiro, seus principais romances foram: O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço.
 Revelando influências do escritor português Eça de Queirós, Aluísio Assumiu uma posição crítica denunciando a corrupção e a hipocrisia da burguesia e do clero, chamando a atenção para problemas sociais, numa atitude polêmica, de acordo com o espírito combativo da época.


 Enredo de O Cortiço


 Os moradores do cortiço são inquilinos de João Romão, trabalham em sua pedreira e fazem compras em sua taverna, o que significa que dele dependem para tudo, e que ele os explora ao máximo.
 Embora viva com Bertoleza, ex-escrava supostamente alforriada, João Romão,, à medida que vai enriquecendo, pensa em se casar com zulmira, filha de Miranda, a fim de adquirir melhor condição social.
 Um episódio importante do livro é desencadeado pelo aparecimento de Jerônimo e sua mulher Piedade no cortiço. Jerônimo - português conservador, apaixona-se por Rita Baiana, a típica mulata sensual namorada de Firmo, capoeirista morador de outro cortiço - o Cabeça de Gato. Os rivais se enfrentam sendo que Jerônimo é ferido com uma navalhada. Depois, arma uma emboscada e assassina Firmo.
 Há um confronto, então, entre o Cabeça de Gato e o Cortiço de João Romão: neste confronto um incêndio é provocado e fica claro no final do livro que a destruição gerada só trouxe melhorias e prosperidade ao cortiço de João Romão: agora mais próximo de Zulmira e livre de Bertoleza, traída por João Romão, o qual a delata para seus antigos senhores. Bertoleza, ao ser ameaçada de voltar ao cativeiro, suicida-se.


 Raul Pompéia


 Foi romancista, cronista, poeta, contista, cronista e caricaturista. Participou ativamente da imprensa política da época (séc. XIX). Como escritor suas obras foram: O Ateneu, Uma tragédia no Amazonas e Canção sem Metro (poemas em prosa).


 O Ateneu


 Publicado em 1888, O Ateneu é uma das obras mais importantes do nosso Realismo. A ação deste romance transcorre no ambiente fechado e corrupto de um internato, onde convivem crianças, adolescentes, professores e empregados, e a narração dos fatos é feita por Sérgio, ex aluno da escola.
 As recordações e impressões que marcaram sua vida durante os anos que passou no Ateneu constituem a matéria do romance, que adquire um caráter memorialista. Neste sentido, O Ateneu não é uma reprodução da realidade, mas sim o resultado de uma experiência vivida em termos de impressões pessoais. O mundo da escola é sempre visto e retratado a partir da perspectiva particular e deformadora de Sérgio. Desse modo, a instituição, os colegas, os professores e o diretor Aristaco são representados em função de uma ótica caricatural, em que os erros, hipocrisias e ambições são projetados. É uma obra impressionista, o livro concentra-se na descrição das cenas como se tratassem de uma sucessão de quadros.


 Machado de Assis


 Foi o melhor escritor brasileiro do século XIX e um dos mais destacados de toda a nossa literatura. Destacou-se principalmente no romance e no conto, e escreveu também poesia, teatro, crônica e crítica literária.
 Nas obras de Machado de Assis, podemos observar o interesse na análise psicológica dos personagens, um certo humorismo, monólogos interiores e os cortes na ordem linear das narrativas (o autor pausa a história e conversa com o leitor ou volta ao passado para explicar uma situação).
 Seu humor tinge-se, então, de pessimismo, ironia amarga e cruel. A vida surge como um campo de batalha, onde os homens lutam e procuram destruir-se. A religião é uma máscara para encobrir o egoísmo dos indivíduos.


 Enredo de Dom Casmurro


 Bentinho era um menino a quem foi destinada, por promessa da mãe - dona Glória - uma vida religiosa, mas que não conseguiu assumi-la, devido à paixão que sentia por Capitu, sua vizinha.
 Graças à interferência de José Dias, agregado da casa, Bentinho sai do seminário. O namoro entre Bentinho e Capitu se prolonga;o tempo passa. Bentinho se forma em direito, estreita sua amizade com Escobar, ex colega de seminário, e se casa com Capitu, a qual tem uma amiga, Sancha, que se casa com Escobar.
 Então começa o conflito: Escobar morre num acidente. Julgando estranha a forma pela qual Capitu contempla o cadáver e lembrando-se da referência de José Dias aos seus "olhos de ressaca", "olhos de cigana, oblíquos e dissimulados", Bentinho entrega-se ao sentimento de ciúme a ponto de planejar a morte da esposa e do filho - Ezequiel - que julga cada vez mais parecido com Escobar.
 O casa se separa, Capitu e Ezequiel morrem anos depois e Bentinho, cada vez mais fechado em si mesmo, cada vez mais atormentado pelas dúvidas que nunca o abandonam, passa a ser chamado de Casmurro (teimoso,calado,muito fechado,difícil de abordar).










GoAnimate.com: Pequeno comentário sobre Dom Casmurro by Elaine Ruiz

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domingo, 5 de setembro de 2010

Romantismo - prosa

 O início da prosa literária brasileira ocorreu no Romantismo. Com o desenvolvimento de algumas cidades, o entusiasmo pela economia cafeeira, houve uma "explosão cultural". Com a conquista do poder pela burguesia, surgiu a necessidade de democratizar a literatura, tornando-a mais acessível. Os leitores buscavam na literatura apenas distração, torciam pelas suas personagens e sofriam com as desilusões de suas heroínas.

 O romance tem como estrutura a narrativa, não comporta apenas um núcleo e sim várias tramas que se desenvolvem durante a narração da história principal.

 Romance Urbano

 Os romances urbanos são os que desenvolvem temas ligados à vida social, a variedade dos tipos humanos, os problemas sociais e morais decorrentes do desenvolvimento da cidade, tudo serviu de fonte para os nossos romancistas.
 A Moreninha - primeiro romance publicado no Brasil, autor: Joaquim Manuel de Macedo. Este romance durou um ano para ser publicado porque é um romance de folhetim, era publicado capítulo por capítulo no jornal, a protagonista de A Moreninha é Carolina, uma personagem travessa, inquieta, inconsequente e às vezes engraçada; viva e curiosa e em algumas ocasiões impertinente.

 Romance Sertanejo ou Regionalista

 Desejo de explorar e investigar o Brasil do interior fizeram o autor romântico se interessar pela vida e hábitos das populações que viviam distante das cidades. Abria-se assim para o Romantismo o campo do romance sertanejo, que até hoje continua a fornecer matéria à nossa literatura.

 Romance Histórico

 Foi um dos principais meios encontrados pelos românticos para a reinterpretação nacionalista de fatos e personagens de nossa história numa revalorização e idealização de nosso passado.

 Romance Indianista

 Fase do processo de construção da identidade nacional, foi com José de Alencar que o romance indianista se pôs a serviço de uma visão da "nova" sociedade brasileira. Seus livros clássicos, O Guarani e Iracema apresentam os índios como bons selvagens, belos, fortes, livres e subservientes ao branco. Como em Gonçalves Dias, os índios morrem no fim, mas em Alencar, essa morte se realiza numa espécie de altar de sacrifícios e dela emerge o novo Brasil. Iracema, "a virgem dos lábios de mel, cabelo mais negro que a asa da graúna", morre de amor. Peri se deixa tragar pelo dilúvio, sempre servil a sua senhora Ceci, embora o destino desses dois não seja explícito. Em Alencar o índio e a própria natureza brasileira são postos a serviço do nobre conquistador.